Eram dez da noite e ela estava a pintar os olhos de preto, como faz sempre antes de sair. Estava a preparar-se para celebrar o facto de o ser humano ter tantas facetas. Uma só pessoa pode ser relaxada e agitada, curiosa e desligada, generosa e egoísta, boémia e contida, inteligente e vazia, eficiente e contraproducente, perigosa e ingénua. O fascínio de cada um varia consoante o estado de espírito. À noite, vestimos as nossas capas e procuramos nos olhos uns dos outros essas facetas. O que lhe dás se o corpo dela te mostrar aquilo que queres ver. Quem és tu se ela te roubar um pouco de ti com a língua. O que disseres não interessa minimamente. O que ela disser, amanhã já não te lembras. Faz amor para as estrelas e prova com o corpo de uma só vez aquilo que o espírito te levaria anos a descobrir.
Eram dez da noite e ela estava a pintar os olhos de preto, como faz sempre antes de sair.
Não precisas do fruto
Queres a semente
Não sentes o suco
És omnipotente
Rio do sonho
O medo tristonho
É Arte...que imponho
Passe de mágica.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
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