Isto nasceu de uma aula de teatro particularmente engraçada porque, ao ouvir uma música, tínhamos que escrever algo em dez minutos.
Um homem, só, sentado num bar, em frente a um copo. Nada mais importa senão o próximo copo. A vida é demasiado insuportável para ser encarada com mais do que pura apatia. Desprezo total. Afoga o seu desespero naquele movimento contínuo, desprovido de paixão.
Uma mulher entra em cena, também ela derrotada, uma velha de vinte anos. A droga roubou-lhe todo o orgulho, toda a integridade.
De repente, uma cortina ao fundo do palco deixa ver um espelho, que apresenta as duas personagens a nu, desprovidas de sentido nas suas vidas.
Ao mesmo tempo, os dois apercebem-se do vazio. No entanto, não há nada mais que os impressione, que os surpreenda. Contra todas as expectativas, não resta qualquer vergonha, nem isso sequer.
Como nem a mulher nem o homem tomam consciência da rua ruptura, a sociedade fá-lo por eles e o espelho estilhaça-se.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
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1 comentário:
Uiiiiii, que musica isso deve ter sido.
Gostava de a ouvir, lembra-me um conto que escrevi, tambem a pensar numa musica que ouvi, a "Piano Man" do Billy Joel, o tema anda lá perto, muito perto.
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