sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Casa de espelhos
A tua cara nada num mar de espelhos e a tua boca fala baixinho comparada com os segredos espelhados para minha desgraça. Calo estes silvos acusatórios com um beijo amargo nesses lábios de sangue e eles dormem, comidos pelo espelho dinâmico. Tu não fazes mais do que erguer a sobrancelha, sabendo que os segredos falam mais alto do que nós. Tortura aprazível. As quatro paredes, o tecto e o chão de vidro apertam-nos sob todos os ângulos e o que eu engulo e não digo acaba de se espelhar nesta suave transparência de luz. Somos tão belos quando jogamos ao faz de conta.
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