domingo, 16 de setembro de 2007

Noite Dourada

Diários entrecruzam-se em noites de concertos
Palavras trocadas sem nexo
Parecenças flagrantes em anexo
Na música dez
Olhei para trás de viés
Tocaram-me ao de leve na anca
Na meia preta e branca
Ténue toque no meio destes apertos
Quase parecia uma carícia

Vocalista desvairado no palco
Baixista que mostra os seus dotes
Mar de cabeças sob os holofotes
O público empurra-se, ganzado
Um gajo com o lábio furado
Determinados os gestos habituais
São fãs ou verdadeiros animais
Aos saltos

Criam-se laços nesta irmandade
Suores pairam no ar
Vive-se no auge ao luar
Suga-se a seiva musical
Grito, também eu demencial
Para que tu sintas
Basta mergulhares na tinta
E gritar mais alto

A que sabe a noite dourada?...

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